Avifauna Mata Atlântica: Conheça mais sobre essa rica diversidade
28 May, 2020
A grande diversidade de aves da Mata Atlântica é um ótimo exemplo para compreender porque esse ecossistema é considerado um dos mais biodiversos e ameaçados do planeta.
Cerca de 45% das aves do Brasil ocorrem na Mata Atlântica, e ela abriga uma das maiores concentrações de aves por quilômetro quadrado do mundo: são 891 espécies e 1.035 subespécies, sendo 351 endêmicas, ou seja, que vivem exclusivamente nessa região.
O Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Aves Silvestres (Cemave), do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), realiza um projeto para levantar dados estimativos de abundância das espécies e subespécies, contribuindo para o processo de avaliação do estado de conservação das aves brasileiras através do Plano de Ação Nacional (PAN) para Conservação das Aves da Mata Atlântica.
Os estudos realizados revelaram que algumas espécies de aves conseguem se adaptar muito facilmente e se especializar para viver em ambientes específicos, como é o caso dos papa-formigas. As diversas composições das florestas da Mata Atlântica acolhem várias espécies, por isso, embora pertençam à mesma família, aves como o Zidedê (Terenura maculata), o Chocão-carijó (Hypoedaleus guttatus) e a Choquinha-de-garganta-pintada (Rhopias gularis) ocupam diferentes espaços na floresta.
Um levantamento feito pela Fundação SOS Mata Atlântica e pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) afirma que, entre os anos de 2017 e 2018, o bioma perdeu 113 km² de floresta, dado preocupante para todos os especialistas da área no país.
O quadro de devastação se deve principalmente à destruição de hábitat das espécies, à caça e captura, atividades de exploração de madeira e vegetais e aos demais impactos ambientais causados por mais de 145 milhões de brasileiros que vivem neste território. Entretanto, é surpreendente que, mesmo após 500 anos de devastação, a Mata Atlântica continue sendo um dos ambientes mais ricos do planeta.
Infelizmente, dentre a grande variedade de aves, foram registradas as seguintes espécies e subespécies ameaçadas: Barranqueiro-do-nordeste (Automolus lammi), Cuspidor-de-máscara-preta (Conopophaga melanops nigrifrons), Maria-de-barriga-branca (Hemitriccus griseipectus naumburgae), Udu-de-coroa-azul (Momotus momota marcgraviana), Papa-taoca-de-pernambuco (Pyriglena pernambucensis), Bico-virado-miúdo (Xenops minutus alagoanus) e Arapaçu-rajado-do-nordeste (Xiphorhynchus atlanticus).
Muitas instituições lutam para barrar o desmatamento, recuperar o que foi degradado, ampliar o número de áreas protegidas públicas e privadas, além de melhorar a gestão daquelas que já existem.
É imprescindível nos conscientizarmos para que o quadro de devastação não aumente nos próximos anos, uma vez que preservar as áreas florestais não significa apenas proteger as espécies, mas ainda garantir a produção e o abastecimento de água para mais da metade da população brasileira, além de contribuir na regulação do clima de algumas das maiores cidades do país.
Lembre-se: preservar nossas florestas é preservar nossas vidas!