Saíra-de-cabeça-azul é fotografa no Cerrado após 100 anos sem ser vista
23 Sep, 2021
A rara subespécie de Saíra-de-Cabeça-Azul, Stilpnia (Tangara) cyanicollis albotibialis, teve seu primeiro e único registro no ano de 1929, feito pelo naturalista Blaser, na região do Cerrado Brasileiro, conhecido especialmente por ser o centro de todos os biomas nacionais.
Desde então, não houve mais registros dessa ave até dezembro de 2020.
O jovem naturalista e pesquisador Estevão Santos e o biólogo Marcelo Kuhlmann estavam em uma expedição pela Chapada dos Veadeiros, em Goiás, quando foram surpreendidos pela aparição dessa ave rara.
De acordo com os pesquisadores, eles estavam observando a interação entre as aves e a flora local quando avistaram a Saíra, que concidentemente estava no mesmo lugar em que foi vista pela primeira vez, se alimentando de uma fruta chamada Pixirica. Tanto o registro da Saíra quanto da fruta foram os primeiros feitos pelo pesquisador. Emocionante, não é mesmo?
“Quando eu bati o binóculo, eu vi imediatamente que era essa saíra e quase caí pra trás”, conta Estevão. A ave foi avistada em uma propriedade particular com cerca de 80% da sua vegetação nativa conservada.
Descobertas e artigos como esses, além de proporcionarem riquíssimos estudos, também destacam para todos nós o verdadeiro valor da conservação da fauna e flora dos nossos biomas.
Essa notícia é uma bela maneira de mostrar que, em ambientes conservados, vivem espécies raras e até mesmo desconhecidas, que provam o quanto nossa biodiversidade é especial e devemos fazer o que for possível para preservá-la.