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Sabia que o cérebro das aves é muito mais desenvolvido do que pensamos?

24 Sep, 2020
Sabia que o cérebro das aves é muito mais desenvolvido do que pensamos?

Um estudo publicado na revista especializada Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS) comprova que, embora de tamanho reduzido, o cérebro das aves tem uma região semelhante ao neocórtex, que nos humanos é responsável por funções complexas, como a consciência e a linguagem. Isso ocorre porque o cérebro delas concentra mais neurônios na porção do órgão associada ao comportamento inteligente, quando comparado com o cérebro de mamíferos.

Desde a década passada, experimentos iniciados com papagaios, araras e corvos mostraram que algumas das características desses animais são construir e usar ferramentas, ter insights para resolver problemas, se reconhecerem em espelhos e fazer planos de acordo com possíveis necessidades futuras. Se você já se viu admirando a inteligência por trás das habilidades da sua ave doméstica, saiba que está muito certo em fazer isso!

Inicialmente, pensava-se que essas habilidades eram o resultado de uma organização diferente das conexões entre os neurônios, mas a pesquisa constatou que a “fiação” do cérebro das aves segue linhas muito semelhantes à dos primatas.

A Dra. Herculano-Houzel, neurocientista da Universidade de Vanderbilt, coautora deste estudo, afirma: “Descobrimos que as aves, especialmente os papagaios e os corvos, têm surpreendentemente, um grande número de neurônios em seu pallium. Esta é a parte do cérebro que corresponde ao córtex cerebral dos mamíferos, que suporta as mais elevadas funções cognitivas, como o planejamento para o futuro ou encontrar padrões. Isso explica por que eles apresentam níveis de cognição tão complexos como nos primatas”.

Muito interessante, né? E tem mais: “Na concepção de cérebros, a natureza tem dois parâmetros com que pode jogar: (1) o tamanho do cérebro e o número de neurônios nele, e (2) a distribuição de neurônios em diferentes partes cerebrais; e nas aves, descobrimos que a natureza tem usado ambos.”

O que muitas pessoas não sabem, é que estudos sobre inteligência e desenvolvimento de linguagem são muito importantes para a compreensão de aspectos cognitivos básicos e também para entender a nossa própria estrutura de linguagem do ponto de vista da neurociência. Através do conhecimento gerado a partir do estudo de outras espécies, podemos compreender nossa própria estrutura encefálica e até mesmo as potencialidades de nossa cognição.

Por este motivo, na próxima vez que pensar em dizer que alguém tem um “cérebro de galinha”, pense duas vezes!